quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Não te deixes enganar! [2] - Falácias

Para leres a primeira parte desta série clica aqui: Não te deixes enganar! [1].

5. Apelo à emoção
O locutor ignora a questão em discussão e usa-se da manipulação dos sentimentos para  tentar validar um argumento.

Exemplos:
- O advogado: Como podem culpar esta pessoa de ter assassinado a sua tia? Ele próprio construiu a sua casa e fazia-lhe as compras semanais!
- O Lucas não queria comer o cerebelo de ovelha com puré de fígado e grelos. Então o seu pai disse-lhe para pensar sobre as crianças pobres e desnutridas do 3º mundo, as quais não tinham nada para comer.
- As experiências usando animais têm que acabar! Já pensaram no quanto eles sofrem?
- Se não comprares uma comida de marca para o teu cão ele ficará tão triste.



6. Falácia do atirador do Texas
Nesta falsa causa, escolhe-se seletivamente um conjunto de dados que possam adequar um argumento.

Exemplos:
- Em 5 dos países onde uma marca de bebida é distribuída, 3 deles estão no Top10 dos países mais saudáveis da Terra, logo as suas bebidas são saudáveis.
- Um atirador texano disparou contra a parede de um celeiro 40 tiros de forma aleatória. Em seguida pintou vários alvos à volta dos conjuntos de buracos provocados pelo disparo da sua arma. Esse foi eleito o texano com melhor pontaria de toda a América.



7. Inversão do ónus da prova
Dizer que a obrigação de provar uma alegação cabe a quem não concorda com a mesma e não quem a reivindica, tendo que ser essa pessoa a mostrar as evidências da contestação.

Exemplos:
- Eu ontem vi um fantasma. Se não acreditas, prova que não vi.
- Os minotauros já existiram no passado, no tempo dos gregos. Se achas essa ideia ridícula, demonstra que não existiram!
- Bertrand Russel diz que neste momento existe um bule em órbita à volta do Sol entre a Terra e Marte. Como ninguém apresentou evidências do contrário, a sua alegação é válida.



8. Evidência Anedótica
Por vezes torna-se mais fácil aceitar casos isolados, notícias bombásticas e experiências pessoais do que argumentos validados pela razão, especialmente se estes últimos forem complexos de mais para serem percebidos por qualquer pessoa (mente descontínua). Assim como muitas outras falácias, a evidência anedótica não nos dá uma conclusão necessariamente errada, no entanto o raciocínio e o próprio argumento estão errados.

Exemplos:
- O Joaquim defendia o tabagismo como uma prática normal do dia-a-dia porque o seu avô fumava 4 a 5 maços de tabaco por dia, nunca teve problemas de cancro e só morreu aos 97 anos de idade. Acrescentou que os cientistas deviam rever as suas conclusões acerca dos males do tabagismo.
- O José foi à pesca e disse ao Pedro que pescou um peixe do tamanho da envergadura dos seus braços, sendo que o tamanho normal desse peixe é menor que a metade. Afirmou ainda que todos os peixes do lago em que esteve à pesca deviam ter esse tamanho e que deviam lá voltar para um frenesim. O Pedro ficou bastante convencido.





Não percas o próximo post e entretanto Não te deixes enganar!

Peace out, 
André Gabriel

Para leres a primeira parte desta série clica aqui: Não te deixes enganar! [1].

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