Para leres a primeira parte desta série clica aqui: Não te deixes enganar! [1].
5. Apelo à emoção
O locutor
ignora a questão em discussão e usa-se da manipulação dos sentimentos para tentar validar um argumento.
Exemplos:
- O advogado:
Como podem culpar esta pessoa de ter assassinado a sua tia? Ele próprio
construiu a sua casa e fazia-lhe as compras semanais!
- O Lucas não queria
comer o cerebelo de ovelha com puré de fígado e grelos. Então o seu pai disse-lhe
para pensar sobre as crianças pobres e desnutridas do 3º mundo, as quais não tinham
nada para comer.
- As experiências
usando animais têm que acabar! Já pensaram no quanto eles sofrem?
- Se não
comprares uma comida de marca para o teu cão ele ficará tão triste.
6. Falácia do atirador do Texas
Nesta falsa
causa, escolhe-se seletivamente um conjunto de dados que possam adequar um
argumento.
Exemplos:
- Em 5 dos
países onde uma marca de bebida é distribuída, 3 deles estão no Top10 dos
países mais saudáveis da Terra, logo as suas bebidas são saudáveis.
- Um atirador
texano disparou contra a parede de um celeiro 40 tiros de forma aleatória. Em
seguida pintou vários alvos à volta dos conjuntos de buracos provocados pelo
disparo da sua arma. Esse foi eleito o texano com melhor pontaria de toda a
América.
7. Inversão do ónus da prova
Dizer que a
obrigação de provar uma alegação cabe a quem não concorda com a mesma e não quem
a reivindica, tendo que ser essa pessoa a mostrar as evidências da contestação.
Exemplos:
- Eu ontem vi
um fantasma. Se não acreditas, prova que não vi.
- Os
minotauros já existiram no passado, no tempo dos gregos. Se achas essa ideia ridícula,
demonstra que não existiram!
- Bertrand
Russel diz que neste momento existe um bule em órbita à volta do Sol entre a
Terra e Marte. Como ninguém apresentou evidências do contrário, a sua alegação
é válida.
8. Evidência Anedótica
Por vezes torna-se mais fácil aceitar casos isolados, notícias bombásticas
e experiências pessoais do que argumentos validados pela razão, especialmente
se estes últimos forem complexos de mais para serem percebidos por qualquer
pessoa (mente descontínua). Assim como muitas outras falácias, a evidência
anedótica não nos dá uma conclusão necessariamente errada, no entanto o raciocínio
e o próprio argumento estão errados.
Exemplos:
- O Joaquim
defendia o tabagismo como uma prática normal do dia-a-dia porque o seu avô
fumava 4 a 5 maços de tabaco por dia, nunca teve problemas de cancro e só
morreu aos 97 anos de idade. Acrescentou que os cientistas deviam rever as suas
conclusões acerca dos males do tabagismo.
- O José foi à
pesca e disse ao Pedro que pescou um peixe do tamanho da envergadura dos seus
braços, sendo que o tamanho normal desse peixe é menor que a metade. Afirmou
ainda que todos os peixes do lago em que esteve à pesca deviam ter esse tamanho
e que deviam lá voltar para um frenesim. O Pedro ficou bastante convencido.
Não percas o próximo post e entretanto Não te deixes enganar!
Peace out,
André Gabriel
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