quinta-feira, 15 de maio de 2014

A fonte da juventude

Ronald A. DePinho, um cientista português conseguiu reverter o processo de envelhecimento em ratos geneticamente modificados e senis.

Ele ativou um proto-oncogene denominado telomerase e esperando apenas que ocorresse atenuação do envelhecimento, reparou que as células dos ratos se renovaram e as funções outrora perdidas (como a fertilidade, cor do pelo, problemas de pele) foram recuperadas. Os ratos rejuvenesceram! Além disso, a manipulação neste tipo de enzimas criou a expetativa de inverter cancros e até a diabetes e outras doenças de índole genético.


Em cada célula do corpo Humano existe um núcleo com 23 pares de cromossomas homólogos. Todos os cromossomas, (por norma), são semelhantes de célula para célula.


Sempre que a célula se replica em duas, o número de cromossomas no seu interior duplica para que possa ser redistribuído em igual número nas duas células. Assim o número de cromossomas de cada célula é sempre mantido. Este fenómeno implica que haja a Replicação do DNA.


O processo de divisão de uma célula em duas está evidentemente mais ativo em organismos recém-formados e infantis do que nos adultos. No adulto é muito pequena a percentagem de células em divisão.
Ao fim de cada divisão celular as extremidades dos cromossomas (telómeros) estão sujeitas à perda de informação (cerca de 50 a 201 pares de bases de DNA), pois essas regiões não são totalmente replicadas. Os telómeros funcionam como as agulhetas dos atacadores das sapatilhas: Protegem o conteúdo informativo inserido na fita de DNA. 
Uma célula terá assim um número certo de divisões celulares que pode efetuar antes de entrar em senescência (envelhecimento e morte). A célula humana já não se divide quando os telómeros têm um comprimento de 4000 a 7000 pares de bases. Este encurtamento leva à inativação de alguns genes supressores de tumores como a p53 e a Rb. Assim a célula ativa os mecanismos de morte celular programada (apoptose) e morre.
Quanto mais pequenos os telómeros, menos tempo uma célula terá antes de entrar no processo de senescência.
Assim, podemos dizer que existe uma sincronização temporal do envelhecimento celular diretamente ligado ao tamanho dos telómeros.
A telomerase é uma enzima que tem uma função importante em reparar os extremos dos cromossomas, impedindo a erosão telomerásica e mantendo o seu tamanho nas células germinativas. Nas células adultas o gene da telomerase está inativo.

Figura com o mecanismo de ação simpli da telomerase

Mas qual é o perigo de “acordar” este gene?

O gene da telomerase leva a um processo de imortalização celular, isto é, a célula não morre. E qual é o sinónimo desta condição celular?
Pois é, Cancro! Ao ativar um proto-oncogene adormecido este torna-se num oncogene, estimulando uma permanente divisão celular, surgindo assim Neoplasias.
Sabemos que em seres não modificados geneticamente há que ter cuidado na ativação espontânea deste tipo de genes pois podem iniciar um processo cancerígeno.
Um uso adequado destas técnicas pode vir a ser útil no tratamento de várias doenças humanas. Como já se costumava dizer, "o tratamento de algumas doenças pode ser o próprio veneno".
Para mais detalhes sobre as caraterísticas do cancro clica aqui: Características do cancro.

O êxito da experiência de Ronald de Pinho deveu-se a terem sido levados em conta procedimentos experimentais muito precisos e detalhados. Esta investigação requer mais estudos e trabalho laboratorial.
Podemos afirmar que brevemente será possível o ser humano chegar aos 120 anos e sentir-se como se tivesse 40. No entanto, são as questões éticas e a própria definição de envelhecimento que condicionarão o avanço da genética e outras ciências neste ramo de descobertas.

Abaixo deixo-vos o vídeo da grande reportagem Sic – “A interna juventude”

O que é que vocês acham deste tipo de descobertas?

Peace out,
André Gabriel.



Brevemente: Imortalidade: Realidade ou ficção?



1 comentário:

  1. Na verdade... falas de chegar aos 120 e sentir com 40... Eu agora tenho 40 e às vezes sinto-me como se tivesse 120 anos ;) É assustador e ao mesmo tempo emocionante as descobertas que vão sendo feitas neste campo. Era bom se conseguissemos driblar a parte da perda de faculdades, das demências, com o avançar da idade! Tendes muito trabalho pela frente!

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